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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

DIVULGADAS AS PRIMEIRAS IMAGENS DO NOVO PRESIDENT MCKINLEY







Buenas!

Meio que de forma discreta, a empresa President vai, aos poucos, divulgando imagens do novo transceptor President Mckinley





Da mesma forma, já está se iniciando a Pré-venda do transceptor, através de vendedores do Ebay, por exemplo.

A título de estimativa, os valores de pré-aquisição se iniciam a partir de R$ 1.100,00 - valores estes, convertidos para o Real, incluido as taxas de frete (não está incluso, entretanto, os valores de Aduana)

Neste video, uma breve demonstração de um exemplar em funcionamento.




Previsão de lançamento? Bem, até onde se especula, a partir da segunda quinzena de Dezembro de 2016 - ou seja, Papai Noel vai ter que trabalhar, e muito!


Assim que o titio aqui estiver tranquilo, traremos um exemplar para impressões.

73 a todos!


sábado, 24 de setembro de 2016

POR QUE DEVEMOS PARAR DE USAR O ESTABILIZADOR?






Por Eduardo Barbian


Você usa seu computador ligado à aquele famoso aparelhinho que volta e meia da um “tlec”? Sim, estamos falando do estabilizador. Pois saiba que você está colocando em risco seu computador, e utiliza um aparelho que na verdade pode prejudicar seu PC.


Durante muito tempo, possuir um estabilizador era sinônimo de proteção para os componentes que nele estavam ligados, mas hoje esse conceito é considerado falso, e para provar isto, foram necessários apenas alguns testes e condições específicas, além unir um pouco de conhecimento sobre elétrica e um bocado de curiosidade.


 A tensão disponível nas tomadas de sua casa é de 220 Volts ou 115 Volts dependendo de onde você mora, e é do tipo alternada com frequência de 60 Hz, ou seja, varia de 220V ou 115V a -220V ou -115V cerca de 60 vezes por segundo. Por ser alternada, a onda da rede elétrica é do tipo Senoidal e em quase 100% do tempo, apresenta diversos tipos de interferências. Veja algumas delas:



.

Funcionamento do Estabilizador


Para entender como um estabilizador pode ser prejudicial, é necessário primeiro saber como ele funciona e a forma com que ele tenta proteger os equipamentos nele ligados. 

Um estabilizador consiste basicamente de um transformador com diversas saídas que fornecem diferentes níveis de tensão, além de uma chave seletora chamada relé, responsável por escolher qual saída do transformador se aproxima mais da tensão nominal de funcionamento dos equipamentos, como 115 Volts AC por exemplo.




Para entender como um estabilizador pode ser prejudicial, é necessário primeiro saber como ele funciona e a forma com que ele tenta proteger os equipamentos nele ligados.

Um estabilizador consiste basicamente de um transformador com diversas saídas que fornecem diferentes níveis de tensão, além de uma chave seletora chamada relé, responsável por escolher qual saída do transformador se aproxima mais da tensão nominal de funcionamento dos equipamentos, como 115 Volts AC por exemplo.

 Para fazer a seleção da melhor saída do transformador, a chave sai da posição 1 e, após um curto intervalo de tempo faz o contato com a posição 2. Isso ocorre porque caso haja uma troca imediata de posição, um curto circuito se formará na saída do transformador, devido à sobreposição de tensão. É esta troca de posição do relé que gera o famoso ruído sonoro “Tlec” do estabilizador. Você também pode perceber que "estabilizador" é uma nominação errada da função que o equipamento realmente desempenha, quando na verdade deveria se chamar "seletor de tensão".


 Agora que já conhecemos o princípio de funcionamento do estabilizador, vamos ver seus efeitos sobre o computador.


 Alta corrente para a fonte no momento da seleção de tensão



O relé ao fazer a alteração da posição para ajustar a tensão de saída, leva um curto, porém existente, intervalo de tempo para completar a mudança. Ocorre que a fonte do computador é desalimentada durante esse intervalo de tempo, e é ai que encontramos o primeiro problema.

Por menor que seja esse intervalo, os capacitores da fonte, que são pequenos componentes eletrônicos capazes de armazenar energia em forma de campo elétrico, começam a descarregar essa energia acumulada para manter o computador alimentado, e caso o intervalo seja muito longo, o computador poderá desligar-se por falta de energia. 

Entretanto o tempo de comutação do relé não é suficientemente longo para que o nível de tensão dos capacitores chegue a valores tão baixos e desativem seu computador. 


Veja o que ocorre com a tensão durante uma seleção típica do estabilizador:




Como dito anteriormente, a rede elétrica no Brasil possui frequência de 60 Hz, ou seja, ela alterna de 220V a -220V (tensão eficaz) sessenta vezes por segundo, por exemplo. Como é possível ver na imagem, há uma ausência de tensão em aproximadamente meio ciclo da senóide da rede elétrica, o que equivale a algo em torno de 8,3 ms (milissegundos, o mesmo que 0,0083 segundos).

 Se procurar pelas especificações de uma fonte de computador você verá que ela é designada para suportar algo em torno de 17 ms segurando seu computador. Ou seja, durante a seleção de tensão do estabilizador os capacitores serão descarregados por 8,3 milissegundos aproximadamente, e ficarão quase ao ponto de desarmar seu computador.




Por enquanto tudo ocorre dentro do normal, o estabilizador escolhe a melhor tensão e os capacitores mantém a alimentação durante esse tempo. Mas é ai que encontramos o problema.

 Quando você liga o computador, a fonte tem um início muito estressante, pois seus capacitores estão completamente descarregados. A corrente de carga dos capacitores eletrolíticos é chamada de “Inrush Current”, ou corrente de partida. As fontes possuem obrigatoriamente um componente chamado termístor, responsável por limitar essa corrente de carga dos capacitores.

 Um termístor é basicamente um componente resistivo que possui sua resistência variável de acordo com sua temperatura. O utilizado em fontes é do tipo NTC (coeficiente de temperatura negativa), quanto maior a temperatura, menor sua resistência. Os termístores das fontes possuem uma resistência de 10 a 20 ohms em temperatura ambiente, diminuindo para 1 ohm quando aquecido.

 Ao ligar o computador, o termístor está em temperatura ambiente e dessa forma, funciona como um resistor comum de 10 ou 20 ohms limitando a corrente de carga dos capacitores. Quando a corrente passa pelo termístor ele se aquece e começa a diminuir sua resistência até o mínimo possível, e durante o funcionamento normal da fonte ele não passa de um resistor de 1 ohm que nada atrapalha a fonte.

 Ocorre que o termístor leva algo em torno de 1 minuto para se resfriar e voltar a ter sua resistência de origem. Você já deve ter ouvido que ao desligar um aparelho eletroeletrônico deve-se esperar um tempo para novamente ligá-lo. Esse tempo se deve justamente ao resfriamento do termístor, para que ele possa novamente cumprir sua função no religamento do equipamento.

 Uma fonte possui um “Inrush Current” típico em torno de 80 ampéres, conforme especificação encontrada na própria fonte ou no site do fabricante:


A fonte consultada possui um Inrush Current de 80 A no máximo, isso significa que os capacitores podem aguentar no máximo a essa corrente.

 Como o termístor ainda está quente, sua resistência será baixa e ele não conseguirá limitar essa corrente para os capacitores, ou seja, temos uma grande quantidade de energia indo diretamente para os componentes.


Voltando ao estabilizador, quando ele faz a seleção da tensão, os capacitores começam o processo de descarga, mas não completamente, o que é bom. Mas há outro ponto, o termístor que leva 1 minuto para se resfriar terá somente 8 milissegundos para isso, o que não adiantará nada e sua resistência ainda será quase nula. Resultado: a alta corrente na entrada diretamente para os componentes da fonte assim que o seletor chegar na posição 2.

 Você pode perceber que as fontes em equipamentos como TVs, videogames, rádios, não queimam tão facilmente, e por acaso elas usam estabilizadores?

 Esse é o primeiro dano: a cada seleção de tensão feita pelo estabilizador, alta corrente entra direto nos componentes da fonte.

 Surtos de tensão gerados pelo estabilizador

 Como visto anteriormente, a cada “tlec” do estabilizador os capacitores da fonte começam um processo de descarga e então recebem carga novamente com uma corrente muito alta, porque a tensão deles já está baixa e o termístor que tem a função de limitar essa grande quantidade inicial de corrente ainda está quente e consequentemente sua resistência será baixa para limitar esta ação.

 Para entender o próximo problema, é necessário resgatar um pouco do conhecimento adquirido no ensino médio, mais especificamente em Física, em um item chamado FCEM, ou Força Contra Eletromotriz.

 Como o próprio nome sugere, Força Contra Eletromotriz é basicamente uma energia induzida que se opõe ao sentido da corrente aplicada por um gerador (uma pilha, por exemplo). Quando aplicado uma corrente sobre uma bobina, como um indutor ou um motor, um campo magnético é gerado, e esse campo magnético gera na mesma bobina uma corrente induzida de polaridade inversa.

 Vamos à parte importante. Segundo a lei de Lenz, uma corrente é gerada oposta à fonte quando a corrente aplicada pelo gerador sobre o indutor é cortada e o campo magnético se desfaz, e segundo a lei de Faraday, quando o campo magnético “some” rapidamente, são gerados surtos altíssimos de tensão no sentido inverso.

 Para ter uma ideia, a faísca gerada na ponta da vela de um automóvel é resultado da abertura do indutor (bobina), o que faz com que a corrente seja cortada e então, surtos de tensão de ordem de 15 a 30 MIL Volts são gerados, a partir dos 12 Volts da bateria do automóvel.

 Ou seja, para gerar surtos de tensão basta possuir corrente, um indutor e a abertura do circuito.

 E então voltamos para o estabilizador com as seguintes questões:

  •  Um indutor é uma bobina de fio enrolada, assim como o transformador do estabilizador? 
  • Abertura do circuito não é a seleção da tensão feita pela chave? 
Pronto, tem-se um completo e funcional gerador de surtos chamado estabilizador. 

Para se ter uma ideia do tamanho do surto gerado por um estabilizador, veja a imagem no osciloscópio abaixo:






Como é possível ver, após o surto, o valor de pico da tensão é um pouco mais baixo, pois o estabilizador tentou reduzir mais ou menos 6 Volts na saída. Referente ao surto, você pode perceber o pico sobreposto ao semiciclo negativo da rede elétrica, foi o surto gerado pelo estabilizador.

 Se a rede elétrica for de 220V eficazes, temos (220 * Raiz de 2) = 311 V referente ao valor de pico da rede elétrica. Assim fica fácil ver o tamanho do surto gerado, chegando a quase 622 Volts, que é o valor de pico a pico da rede. Deste modo, se somarmos o surto de aproximadamente 622 Volts com os 311 Volts da rede elétrica, temos uma tensão total que daria perto dos 1000 Volts, e tudo isso indo direto para sua fonte do computador segurar, se nem sequer um fusível na frente.

Esse é o segundo dano causado pelo estabilizador: surtos de tensão gerados pelo estabilizador na hora da seleção da melhor tensão, tudo isso indo direto para seu computador. 



TRABALHO EM DOBRO



 Sabe-se que o tempo necessário para que um estabilizador tentar corrigir a instabilidade da tensão fica em torno de 30 a 50 milissegundos. Confira a especificação de um estabilizador comum:


Como é possível ver na imagem acima, o tempo de resposta para correção é menor que 6 semiciclos da rede elétrica. Como já foi explicada anteriormente, a rede elétrica no Brasil possui frequência de 60 ciclos por segundo. 1 ciclo leva algo em torno de 0,01666 segundos, 6 semiciclos é o mesmo que 3 ciclos e tem um tempo total de aproximadamente 0,05 segundos (50 milissegundos).

 Ou seja, 50 milissegundos é tempo máximo que o estabilizador leva para detectar a alteração (ou instabilidade) na entrada e corrigir a tensão.

Uma fonte de computador é capaz de trabalhar a uma frequência de 50 KHz, ou seja, um ciclo da fonte dura somente 0,00002 segundos, ou 20 microssegundos. Uma fonte consegue ser tão mais rápida porque ao invés de relés que realizam a seleção da tensão através de um movimento mecânico, elas possuem um componente eletrônico chamado transistor, que não possue movimento mecânico, funcionando como uma chave que libera ou não a passagem de corrente. Isso significa que sua fonte, seja genérica ou top de linha, será capaz de fazer a correção da tensão em apenas 20 microssegundos.

Quando uma instabilidade na rede elétrica ocorrer, a fonte corrigirá em apenas 20 microssegundos, e somente após outros 2500 tempos iguais a estes 20 microssegundos, chegando a 50 milissegundos, o estabilizador tentará ajustar a tensão, colocando mais 6 ou menos 6 volts na saída.

Depois de o estabilizador ajustar estes 6 volts extras, a fonte que já havia feito uma correção, detecta a nova variação da tensão causada pelo estabilizador e em outros 20 microssegundos reajusta a tensão novamente e tudo volta a funcionar normalmente.

Se a fonte estivesse trabalhando sozinha, significa que teria somente de ajustar a tensão uma única vez, porém com o estabilizador ela terá de trabalhar em dobro.

E esse é o terceiro dano: o dobro de trabalho da fonte em seu computador, sem necessidade.


LIMITE DE ENERGIA E AQUECIMENTO


Este talvez seja o maior e prejudicial problema do uso do estabilizador. A grande maioria dos estabilizadores vendidos por ai são de 300 VA, que é a capacidade máxima de energia que ele poderá entregar para um computador, por exemplo. Um computador comum com uma fonte de baixa eficiência energética provavelmente consumirá algo em torno de 200 a 250 Watts de potência, isso sem falar em computadores com maior desempenho que consomem 500 Watts ou até mais. Esse computador sozinho já atingirá, e até mesmo passará, do limite dos 300 VA.




O consumidor em geral, utiliza o estabilizador para tudo em se tratando de informática: monitor, impressora, caixinhas de som e outras coisas, chegando a consumir mais que 600 VA.

No pior dos casos, com todo esse consumo extra, o estabilizador começará a esquentar muito, e não será difícil, muito menos uma surpresa, ele pegar fogo, podendo causar um incêndio em tudo que está próximo.

Porém o que acontece na grande maioria das vezes é que o estabilizador simplesmente não entregará energia suficiente para alimentar o computador, por isso quando você estiver utilizando o computador e ele travar ou até mesmo reiniciar, o culpado pode ser o estabilizador.


É VOCÊ QUEM DECIDE!



Poderíamos colocar aqui inúmeros outros problemas causados pelo uso do estabilizador, mas estes quatro apresentados já são suficientes para perceber o motivo pelo qual nem mesmo as fabricantes de computadores e equipamentos eletroeletrônicos recomendam o uso do estabilizador. 

Esperamos que tenham ficado claro os motivos pelos quais não é recomendado o uso de um estabilizador, principalmente ao abordar pontos técnicos do funcionamento dos sistemas, deixando de lado o senso comum dos famosos “técnicos” em informática. 

Eu particularmente nunca utilizei um estabilizador e até hoje nunca tive problemas com fontes defeituosas, mesmo com as genéricas de 20 reais vendidas nas lojas de informática, mas a decisão de usar ou não o estabilizador é sua, e caso não concordar com os aspectos abordados neste artigo, você é livre para fazer o que desejar. 

A dica é utilizar um bom filtro de linha, de preferência buscando marcas como Upsai, Clamper, APC. Cuidado com aquelas réguas de 20 reais, elas não passam de um multiplicador de saídas e nada tem a oferecer para a segurança do computador. A CLONE é uma alternativa barata e possui dois modelos com boa proteção e não são caros, o F8 PLUS 1087 e o F6 PLUS 1085. 

Existem ainda opções como No-breaks e Protetores Eletrônicos para garantir a saúde do seu computador. Se for escolher um no-break, procure por modelos do tipo Online e que forneçam um tipo de onda senoidal de energia. Modelos Offline ou que forneçam um tipo de onda triangular ou quadrada são nocivos ao computador. Quanto ao protetor eletrônico, ele é uma evolução do estabilizador e é capaz de fornecer uma real e eficaz proteção para seu computador. Em ambos os caso dê preferência para marcas conceituadas e tenha certeza que ele fornecerá energia suficiente para alimentar com folga seu computador.

Lembre-se, como o uso do estabilizador não é restrito ao computador, caso você o tenha ligado a qualquer outro equipamento, o recomendado é removê-lo também, pois assim como o computador, demais equipamentos eletroeletrônicos também possuem uma fonte interna com o mesmo princípio de funcionamento da fonte do computador, e o estabilizador também pode danificá-lo.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

CLASSICOS DO RADIOAMADORISMO - EQUIPAMENTOS NACIONAIS








Texto original do Sr. Adinei -PY2ADN

Algumas alterações foram feitas na postagem original, como por exemplo, a INCLUSÃO de imagens de alguns equipamentos correspondentes a descrição, quando não, os respectivos responsáveis pela construção de equipamentos específicos.


Buenas!

É fato que, para acrescentar maiores informações a respeito de imagens de Equipamentos específicos das respectivas marcas e seus construtores que constam neste post, necessita de buscas de fontes de dados, da ajuda dos amigos e leitores que acompanham o Blog. Em alguns momentos não tenho a disponibilidade destas imagens, portanto vou atualizando conforme chegam os dados pertinentes e as informações para acrescentar ao brilhante texto redigido pelo Adinei. Caso algum amigo possua registros das imagens dos equipamentos ou da Marca correspondente, envie-nos. O Email é: betocorvo@gmail.com, com o reconhecimento do autor da imagem exibido na postagem.


"Sendo um colecionador de equipamentos para radioamador, sei muito bem como é difícil conseguir informações, esquemas e manuais de aparelhos fabricados no Brasil. Para qualquer equipamento estrangeiro, existem centenas de páginas na internet com todo o tipo de informações possíveis, além de livros, revistas e manuais. Já para os equipamentos nacionais não existe nenhuma literatura, e muitas vezes nem mesmo diagrama esquemático.
Tentando minimizar este problema, pretendo criar uma página na internet onde vou relacionar todas as informações possíveis sobre esses equipamentos brasileiros, com fotos, dados, datas de produção, esquemas, manuais e dicas de restauração. Mas este trabalho não está sendo fácil, pois muitas marcas são praticamente desconhecidas, e em muitas oportunidades, até os próprios fabricantes não tem mais sequer os esquemas dos equipamentos que produziram !
Com isso também pretendo justiçar os fabricantes brasileiros, pois mesmo que se argumente que os equipamentos aqui produzidos não eram de boa qualidade – e para criticá-los não vão faltar voluntários – eles foram os pioneiros de uma indústria voltada para nosso segmento, reconhecidamente um mercado pequeno e de difícil lucro. E os críticos jamais se lembram das condições enfrentadas pelos fabricantes brasileiros há algumas décadas: proibição de importação de componentes eletrônicos, falta de material de boa qualidade no mercado, reserva de mercado, maquinário obsoleto, inflação galopante, cambio com mudanças diárias, carga tributária injusta, encargos previdenciários e trabalhistas pesados e o pior de tudo: concorrência desleal com o contrabando, que “driblando a alfândega” e não tendo todos esses encargos introduzia no mercado equipamentos mais sofisticados por preços menores.
Os astecas diziam que a morte tem três estágios: o primeiro é quando a vida se vai ; o segundo estágio é quando o indivíduo é enterrado, e o terceiro estágio da morte é quando as pessoas se esquecem do falecido, não mais pronunciando seu nome. Portanto não podemos deixar morrer os pioneiros empreendedores da indústria voltada ao nosso hobby.
Relaciono abaixo fabricantes brasileiros que produziram equipamentos de transmissão ou recepção para radioamadores. Esta lista não está completa, pois devem existir fabricantes que não estão relacionados. Listei apenas aqueles que produziram, em série ou por encomenda, uma quantidade mínima de equipamentos (transmissores, receptores, transceptores e lineares). Não listei aqueles que produziram apenas acessórios ou antenas, que serão catalogados num outro trabalho.
Nessas anotações certamente existem erros de grafia, incorreções ou imprecisões em nomes, modelos e principalmente datas, até mesmo porque a maior parte desses dados foi colhida de maneira informal, ao longo dos anos, e não foi baseada numa pesquisa com metodologia, até mesmo porque inexiste literatura nesse sentido, exceto anúncios de revistas da época."
Antecipadamente agradeço !
Adinei PY2ADN






Delta



O mais conhecido de todos os fabricantes de equipamentos nacionais para radioamadores, a Delta foi fundada em 1950 por Felicíssimo de Oliveira Junior, Fernando Oliveira e Gino Pereira dos Reis e era estabelecida em São Paulo. Naquele mesmo ano importaram monoblocos da Geloso italiana, passando a produzir o Delta 208, um receptor de AM. Em seguida lançaram o receptor Delta 209, com BFO. Produzindo seus próprios monoblocos, lançou o receptor Delta 309. O primeiro transmissor de AM foi o Delta Geloso 210, cópia do Geloso 210, com a válvula 807 na saída. Em 1962 lançaram o Transmissor Delta 310. Pouco tempo depois introduziram algumas alterações nesse transmissor, rebatizado de Delta 310-1, e pouco tempo depois, o Delta 310-I. Também foi produzida uma unidade de potência chamada Delta 370 e um amplificador linear com 4 válvulas 811, o Delta 1000. No final da década de 1960 a Delta chegou a produzir um transmissor de SSB por rotação de fase, sem filtro mecânico (muito confundido com “DSB”) para as faixas de 40, 20 e 15 metros, o Delta 340. Caro e de difícil ajuste, o projeto não foi continuado, e poucas unidades desse modelo foram produzidas como protótipos, sendo que um deles está em minha coleção. Pelo que pesquisei o Benito Vasquez, PY2BVF tem um e o Paulo Serafini, PY3BKT tem outro. Em 1970 lançou o Delta 100, um transmissor de AM para os 80 metros e o Delta 120, um transmissor de AM e CW para os 80 e 40 metros.
Em 1975 a Delta lançou o Delta DBR 500, um transceptor SSB multibanda com 400 watts de potência, usando duas válvulas 6KD6 na saída, com recepção já transistorizada. Logo depois vieram os modelos DBR500 I e em 1982 o DBR550, este já com display digital incorporado. Em 1985 lançou seu primeiro radio VHF, o Delta DBR525, um transceptor sintetizado para 2 metros com memórias, subtom e 25 watts de potência. No entanto, as condições do mercado como restrição para importação de componentes eletrônicos, altos encargos sociais e trabalhistas, tributação pesada, inflação, falta de materiais no mercado nacional, dolarização dos componentes, tudo isso aliado a concorrência desleal do contrabando, que colocava no mercado via “Paraguai” equipamentos mais sofisticados por um preço infinitamente menor, a Delta viu-se obrigada a encerrar suas atividades. Pelo que se sabe, poucos exemplares do Delta DBR-525 foram produzidos, não mais que seis, na condição de protótipos. Dois desses equipamentos estão em minha coleção, um deles lamentavelmente sucateado. A Delta encerrou suas atividades em 1987.




Eudgert
Fundada em 1965 por Gert Wallerstein, PY7ALC, Eudes Teixeira de Carvalho e Joaquim Guerra a Eudgert era sediada em Recife-PE e produziu transceptores multibanda SSB para as faixas de radioamador, os amplificadores lineares Ciclone 2000 e Ciclone 2000 A e também radios cristalizados de sete canais para a faixa do cidadão. Foram fabricados os seguintes modelos de transceptores:
400 A 1 – a partir de 1965, formam produzidos aproximadamente 50 peças 400 A 2 – Ouro A – produzido de 1965 a 1966 , já no formado clássico 400 A 3 – Ouro B – (com válvulas de 6 volts) produzido de 1965 a 1966 400 A 4 – Ouro C - (com válvulas de 12 volts) produzido de 1967 a 1969 400 A 5 – Diamante - (com recepção transistorizada) de 1970 a 1975
A Eudgert encerrou suas atividades em 1975.









Intraco
Fundada em 1962 por João Wayner e José Carlos Pinto dos Santos e sediada em São Paulo, a Intraco fabricava equipamentos de radiocomunicação comercial, tanto para HF como para VHF. Com a mesma robustez de seus equipamentos comerciais, a Intraco produziu em 1982, num projeto de Anésio Florêncio de Mira o TIIC-I, um transceptor SSB multibanda transistorizado, com as novas faixas WARC e 100 watts de potência e VFO remoto. Foram produzidos cerca de 250 aparelhos até o ano de 1986, quando a unidade industrial transferiu-se para Santa Rita do Sapucaí-MG e retirou o TIIC-I de produção, continuando, no entanto, a produzir equipamentos comerciais até 1996, ano em que encerrou definitivamente suas atividades.



Brazam
A Brazam, fundada em 1969 por Plínio Bezerra dos Santos, PY7ACQ, era sediada em Recife-PE. Produziu transceptores multibanda valvulados com SSB por rotação de fase, que usavam as válvulas 6DQ6 ou 6JB6 na saída. Foram produzidos aproximadamente 200 transceptores SSB multibanda, nos modelos BRT-101, BRT- 202, BRT-303, BRT-404 e BTR-505, sendo que este modelo não passou do protótipo. A Brazam também foi a primeira empresa a fabricar um transverter para as faixas de radioamador no Brasil, o modelo MJ-80, lançado em 1980 com as faixas de 80, 40 e 20 metros, sendo construídos aproximadamente umas 50 unidades desse modelo. A Brazam também fabricou equipamentos destinados a radiocomunicação comercial. Muito populares no nordeste, os equipamentos Brazam são quase desconhecidos no sul e sudeste do país.





Major
Fundada na década de 1950 por Mathias Bernhart e seus filhos Jorge e Paulo , a Major era sediada em Presidente Prudente-SP. Fabricou equipamentos destinados a radiocomunicação comercial, mas também produziu transmissores e receptores para as faixas de radioamador. Em 1964, passou a integrar a sociedade o antigo funcionário Nilson Bonilho, PY2CMY. A Major produziu transmissores de AM para a faixa de radioamadores por encomenda, fabricando desde modelos de baixa potência com a válvula 807 até transmissores com 4 válvulas 813 modulando uma 833, com 1200 watts de potência. A partir de 1961 começaram a usar o nome comercial Major, passando a produzir em série equipamentos para a faixa de radioamadores, com o transmissor 342, com duas válvulas 807 modulando duas 6146 e o receptor 341. Embora tenha produzido um transceptor comercial de SSB, o famoso GB-736, transistorizado na recepção e com duas 6146 excitadas por uma 12BY7 na transmissão, a Major não produziu modelos com essa tecnologia para a faixa de radioamadores. Encerraram suas atividades em 1980.



Centauro
A Centauro foi fundada na década de 1970 na cidade de São Leopoldo-RS por João Leopoldino, PY3AUE (SK). A Centauro produziu transceptores de SSB e CW multibanda inspirados nos equipamentos Swan. Entre os modelos conhecidos, o Centauro TR1, Centauro TR2 MK 30, ambos com duas válvulas 6146 na saída e o Centauro TR10 MK 40, SSB AM e CW, com três válvulas 6146 na saída. Em 1979 um incêndio destruiu a fábrica, e devido a este fato a Centauro encerrou completamente suas atividades.
Mirandolino
Por mais estranho que possa parecer este nome, Mirandolino era o nome do primeiro equipamento de SSB fabricado no Brasil para a faixa de radioamadores. Produzidos em torno de 1955 a 1959 em (pasmem !) Campina Grande-PB pelo grande radioamador Mirandolino Pontes de Farias, PR7LAD. Brilhante aluno, Mirandolino iniciou a produção de seus equipamentos quando ainda era estudante da Universidade Federal da Paraíba. O primeiro equipamento Mirandolino era um transmissor de AM multibanda, com duas válvulas 6DQ5 na saída, com 100 watts de potência, mas foram construídos apenas uns 5 aparelhos desse modelo. O modelo seguinte foi um transceptor QRP SSB, CW e AM de pequeno tamanho, com 10 watts de potência com a válvula 6BQ5 na saída, e foram produzidos apenas 10 exemplares, sendo este o primeiro transceptor de SSB produzido em série para radioamadores no Brasil. O terceiro modelo, conhecido como MPF era um robusto transceptor de SSB, AM e CW multibanda com filtro de 9 Mhz e duas 6DQ6 na saída, com 100 watts de potência. Deste modelo foram produzidos cerca de 40 exemplares. No entanto logo a linha de transceptores destinados a radioamadores foi encerrada, em detrimento de Mirandolino ter ganhado um contrato para a produção de transceptores de SSB comerciais para o estado da Paraíba, produzindo cerca de 150 equipamentos, principalmente para a Polícia daquele estado. Radioamador ainda ativo, Mirandolino até hoje projeta equipamentos de transmissão.






PCM
A PCM foi uma empresa que produzia acessórios para radioamadores, fundada em 1979 em Poços de Caldas-MG, por Omar Pereira, PY4EO, renomado professor de eletrônica do Instituto Educacional São João da Escócia, naquela mesma cidade. Brilhante professor, Omar projetava seus equipamentos incorporando inovações tecnológicas, muitas vezes a frente de grandes fabricantes estrangeiros. A PCM produziu excelentes acopladores de antena, com os modelos AT-0, AT-1, AT-2, AT-3, AT-4, AT-5 e também o AT-06, um sofisticado acoplador eletrônico (não automático), com sintonia feita em recepção. O headset Five-Way-5 também foi considerado pela revista inglesa RadCom o melhor de sua categoria. No ano de 1989 a PCM passou a produzir o HO-127, um transceptor de SSB e CW para as faixas de 80, 40 e 20 metros com 80 watts, podendo operar também com 15 watts, no modo QRP. Foram produzidos aproximadamente 15 equipamentos desses, além de algumas unidades destinadas ao Exército e a Marinha. Também foram produzidos umas 6 unidades do modelo HO127S, uma versão com 200 watts. Embora de aparência simples, transceptores tinham algumas inovações tecnológicas, sendo os primeiros no mundo a terem a seleção de banda feita por chaveamento eletrônico, sem utilização de chaves de onda, algo ainda não utilizado sequer em transceptores japoneses. Curiosamente, alguns de seus exemplares foram comprados pela Yaesu e pela Kenwood. Mas naquele mesmo ano de 1989 a PCM viu-se obrigada e encerrar suas atividades, pois por ser uma microempresa, ficou proibida, devido a um absurdo decreto estadual baixado pelo então governador de Minas Gerais Newton Cardoso (de triste lembrança), de comercializar fora do estado de Minas Gerais. Curiosamente, trabalhavam na linha de montagem os melhores alunos do curso técnico do Instituto São João da Escócia, estando todos eles hoje em posições de destaque em grandes empresas nacionais a alguns até fora do país. Omar ainda continua lecionando no Instituto Educacional São João da Escócia, em Poços de Caldas, onde todos os outros atuais professores foram seus ex-alunos. O Diretor comercial da PCM era José Mendes Faneco, PY4MF, um dos mais renomados cedablistas do país.





Transalix
A Transalix foi fundada na década de 1960 por Carlos Dias Sant’ Anna, e era sediada em São Paulo. Produzia os transmissores de AM multibanda modelo 407H e o 452M, usando duas válvulas 6146 na saída oferecendo 180 watts e também receptores para as faixas de radioamador.
Tradicional fabricante de antenas para radiocomunicação, a ARS foi fundada em 1952 por Álvaro Ricardo de Souza, PY2ARS, sendo estabelecida em São Paulo. Na década de 1960 Álvaro produziu um conversor multibanda para recepção das faixas de radioamador e também um pequeno transmissor de AM multibanda, o AR-60, de boa qualidade. A ARS ainda mantém suas atividades, fabricando antenas para equipamentos de radiocomunicação.





Soundy
Fundada em 1967 por Hortencio Pereira da Silva Junior, PY2BJU (SK), a Soundy estabeleceu-se em Itapira-SP, onde passou a produzir acessórios para equipamentos de radioamador. Seu fundador era um homem visionário, muito a frente de seu tempo. Ele projetou e construiu um transceptor de SSB para a faixa de 20 metros, o DX-20. Totalmente valvulado, o DX-20 tinha filtro de 9 Mhz e usava duas válvulas 6GJ5 na saída. Devido ao alto custo deste equipamento, sua produção tornou-se inviável, sendo construídas poucas unidades como protótipos. Tenho um equipamento desses em minha coleção. Em 1985, com a morte de Hortencio, assume a Soundy o antigo funcionário José Roberto Grejo, PY2GRE (SK), que a mantém até 1993, quando então a vendeu para Eduardo Olimpio, Pedro Cavalari Borges Jr., PY2VFO e Cláudio Faraco Galego Jr., PU2KVI, que continuam fabricando acessórios para radioamadores, como acopladores, transverters, fontes, watimetros e amplificadores. A Soundy também faz manutenção de equipamentos de radioamador, representando a assistência técnica da Icom no Brasil.





R.E.B.
A REB – Radio e Eletrônica do Brasil foi fundada em 1948 por Mario Amorim Moraes Filho, na época PY4KW e era sediada em Belo Horizonte, MG. Nas décadas de 1950 e 1960 produziu receptores de comunicação e transmissores de AM mono banda para as faixas de radioamador. Um dos modelos de transmissor é o AM50W, com 50 watts de potência. Também produziram dois modelos de radios “noveleiros” com 3 e 5 faixas , com aspectos de receptores de comunicação.A empresa dedicou-se a fabricação de equipamentos comerciais de radiocomunicação, e em 1980, transferiu seu parque industrial para a cidade de Contagem - MG, onde atuam na fabricação de transformadores. O Sr. Mario, atualmente com 84 anos de idade, ainda dirige a linha de produção da empresa.



Paulo de Castro, PY2PC

Casa Castro
Fundada em 1944 por Henrique de Castro (1896-1972), ex-radiotelegrafista da Rede Mineira de Viação e o primeiro radioamador do estado de Minas Gerais (em 1926 recebeu o indicativo PY9HC, pois naquela época Minas era 9ª região, posteriormente PY4BL e por último PY2ED, era sediada na avenida São João nº 1367, em São Paulo, e teve como atividade produção e enrolamento de motores e transformadores.




 Entre 1950 e 1967, a Casa Castro importou 500 VFOs e dezenas de monoblocos da Geloso italiana, passando a produzir transmissores de AM com duas válvulas 807 na saída, com potência em torno de 150 watts. Foram produzidos aproximadamente 200 transmissores para radioamadores, além duzentas outras unidades semelhantes, canalizadas a cristal, na frequência de 6,300 Mhz (canal destinado ao para o uso comercial). Também produziram transmissores de AM de alta potência para broadcast, entre eles o primeiro transmissor da radio Itatiaia. Em 1967 a Casa Castro mudou-se para a rua Timbiras nº 301, no bairro Santa Ifigênia, em São Paulo, tornando-se ponto de encontro de radioamadores. Em 1972, com a morte de Henrique, seu filho Paulo de Castro, PY2PC assumiu a direção, mantendo a tradição do estabelecimento. Em 1999 mudou-se para a Avenida Rio Branco nº 279 ‐ segundo andar, a poucos metros do antigo endereço, onde ainda funciona em plenas atividades, comercializando componentes, acessórios e equipamentos para radioamadores com a mesa tradição de 63 anos.






SNE
A SNE – Sociedade Nacional de Eletrônica foi uma grande montadora de equipamentos de transmissão (de 50 a 5000 watts) para radios broadcast, mas não construiu transmissores para as faixas de radioamador. No entanto, entre 1951 e 1954 construiu, sob contrato de licença da RCA, o renomado receptor de comunicações AR-8, pois havia ganhado uma licitação para fornecer este tipo de equipamentos para a Marinha do Brasil. Alguns desses receptores de comunicação também foram comercializados para radioamadores.





Telefunken
De origem alemã, a Telefunken se instalou no Brasil na década de 1950, onde produziu transmissores, receptores e transceptores comerciais, notadamente destinados as forças armadas. No entanto, também produziu receptores de comunicação, como o E-106 e o excepcional E-127 KW-4B, com VLF e banda corrida até 30 Mhz. Esses receptores também foram vendidos para serem utilizados por radioamadores. Tenho um E-106 e um E-127 KW-4B em minha coleção.
Ercic




“Radioamador” com sua esposa enciumada

Criada em 1958 por José Benedicto Gonçalves, PY2BXD, em Piraju-SP, a Ercic transceptores de AM multibanda, receptores multibanda e conversores para radioamadores, além de equipamentos destinados a radiocomunicação comercial. Também produziram televisores a partir de 1965. Entre 1958 e 1970, a Ercic produziu aproximadamente 300 receptores, sendo seu maior mercado o sul do país. Em 1965, produziu o primeiro transceptor de SSB para radioamadores homologado pelo Dentel, mas o projeto não passou do protótipo, devido ao alto custo do equipamento, que usava filtro mecânico da Collins e duas válvulas 6146 na saída. Em 1970 a Ercic encerrou a produção de equipamentos para radioamadores. Curiosamente a causa disso foi um radioamador do Rio Grande do Sul ter feito um escândalo devido ao fato do receptor que havia adquirido ter chegado com uma válvula quebrada. O José Gonçalves se prontificou a depositar o valor necessário para a compra da válvula, o que foi rejeitado pelo comprador, que exigia uma “original” ; tentativas de entregas via correio resultaram em novas válvulas quebradas, que sempre chegavam destruídas ao destino, e enquanto isso, o comprador levava adiante uma campanha difamatória via radio, com direito aos recados tipo “torpedos” (ligações telefônicas solicitadas via radio, comuns na época). A solução foi enviar com urgência a válvula por via aérea, com um custo superior ao próprio receptor. Diante de tamanha decepção, José Gonçalves encerrou a linha de montagens de equipamentos destinados a radioamadores, mantendo apenas a linha comercial, que nunca lhe havia dado problemas. Anos depois um colega, vizinho daquele “comprador” confidenciou que aquela válvula não havia sido danificada na remessa, mas sim semanas após o recebimento do aparelho, durante uma briga daquele





Gruner
A Gruner foi fundada pelo Plácido, PY2CPP, e era sediada em São Paulo. Produziu transmissores de AM modelo AM100C1 e amplificadores lineares, entre eles o 1000L4, com 4 válvulas 811.




Marcol
A Marcol foi fundada por Mario Colombari, PY2BVX em São Paulo, e produziu amplificadores lineares, entre eles, o KW-1, de 500 watts.




Caiçara
A Caiçara foi uma empresa fundada em São Paulo na década de 1960 por Emil Ettinger, PY2CIZ, César Garcia, PY2CJR (SK) e Armando Lodovico, PY2AM (SK). Produziram o receptor RC-1, para as faixas de radioamador. Este projeto foi inspirado num receptor militar da Mosley. A característica curiosa deste receptor é que o mesmo usava 12 válvulas idênticas.

JMR
A industria JMR – José Minilo Radio – foi fundada na década de 1950 por José Minilo, PY2EN (SK), em Piraju-SP. Minilo produziu em série transmissores de AM multibanda de excelente qualidade, sendo um deles, montado em chassis de amplificadores de áudio, com duas válvulas 6DQ6 modulando uma 6DQ5. O outro modelo, montado numa caixa idêntica ao dos Delta 310 utilizava duas 6DQ5 modulando duas outras 6DQ5. A seleção de banda nesses transmissores era por substituição de bobinas montadas em soquetes. O VFO, externo, era de excepcional estabilidade. Os transmissores JMR são considerados os melhores equipamentos de AM já montados no país.





Quantum / MAC / Micro Mac
A Quantum, sediada em São Paulo foi fundada em 1978 por Manoel Antonio Rodrigues Dutra, PY2IAQ e Antonio Carlos Donini, PU2SWT e produziu amplificadores lineares, acopladores, fontes de alimentação e acessórios para radioamadores e faixa do cidadão com a marca comercial MAC. Posteriormente a empresa mudou sucessivamente de nome para MAC e Micro Mac. Um de seus projetistas foi o Carlos Alberto Laimgruber, PY2HCD, responsável pelos projetos dos amplificadores lineares, e que em 1983 também projetou o primeiro transceptor de VHF FM sintetizado para a faixa de radioamadores no Brasil, o MAC TR-150, sendo produzidos aproximadamente 50 desses equipamentos. Entre os amplificadores lineares produzidos estão o MAC L2000, MAC L700, MAC L500, MAC L300, MAC L120, MAC VS30 e MAC VS100. A MAC construiu em 1983 o Tatuí TA-100, um transceptor de SSB transistorizado para 40 e 80 metros, com projeto de Antonio Portella, PY1IO, mas foram produzidos apenas 5 protótipos. A MAC também projetou ainda transceptores de VHF comercias e Telestrada, que foram produzidos pela Enco. A MAC deixou de produzir equipamentos para radioamadores em 1985.

Beringhs

A Indústria Eletrônica Beringhs foi fundada em 1958 em São Paulo por Walter Beringhs, PY2HZ (SK) e inicialmente produzia alto falantes de alta fidelidade e tweeters. Com extrema competência e sempre usando materiais de alta qualidade, Walter Beringhs fabricou amplificadores lineares, torres telescópicas, rotores e antenas. Em 1999 a Beringhs mudou seu parque industrial para Blumenau-SC, mantendo escritório em São Paulo. Walter Beringhs faleceu em 2007, aos 85 anos de idade, mas até a data de sua morte continuava trabalhando ativamente com muita lucidez nos projetos de sua empresa, desenvolvendo, dias antes de falecer, um

Pertile
René Pertile, PY3OR (SK) foi um dos mais inventivos radioamadores brasileiros. Técnico em radiocomunicação de alto gabarito e também expert em montagens mecânicas, fabricava equipamentos sobre encomenda, montando estações completas, do microfone à antena. Anos a frente de sua época, fabricava transceptores de HF, 50 Mhz, VHF a até UHF de performance inigualável.Extremamente sistemático, era muito genioso. Quando alguém lhe mostrava algum equipamento de má qualidade, ele simplesmente o atirava pela janela, praguejando que “isto não presta”. Fumante inveterado, René consumia aproximadamente 200 cigarros por dia, o que o levou a uma morte prematura, por volta de 1991. Especialistas comentam que os equipamentos fabricados pelo René Pértile eram de qualidade inigualável, tanto na parte eletrônica quanto ao acabamento mecânico.



Control
A Control é um renomado fabricante de equipamentos de radiocomunicação destinados a faixa comercial, sediada em São Paulo. Especializada em equipamentos VHF e UHF, chegou a representar a marca Motorola no país. A Control também produziu, no final da década de 1950, um “clone” do transceptor KWM-2 da Collins, chamado QRV-2, que ficou conhecido nos meios radioamadoristicos como o “Collins falso”. No entanto, a produção foi barrada por processo judicial, sendo construídos apenas alguns poucos protótipos. Um desses protótipos bem como cópia do processo judicial que barrou sua produção está em minha coleção.




Eletrônica Hubsch / Radio Haus
Dirigida por Erwin Hubsch Neto, PY2QI, a Eletrônica Hubsch de Indaiatuba-SP, hoje Radio Haus, produziu ente 1994 e 1995 o HB-7, um transceptor de CW para a faixa de 40 metros que era vendido em kits. Foram produzidos aproximadamente 100 kits HB-7.


Gert
Gert era o nome comercial dos equipamentos montados por Gevaert de Carli Campos, PY2BQT (SK) de São Carlos-SP, renomado técnico de equipamentos de transmissão de broadcast, foram fabricados com esse nome, em pequena escala, receptores e conversores para as faixas de 40 e 80 metros. Gevaert também produziu acessórios, como acopladores e phone-patchs.
AJ Eletrônica
Fundada por Álvaro Cardoso Jorge, PY2AJ, a AJ Eletrônica era sediada em São Paulo. Na década de 1970 fabricou transceptores de VHF FM cristalizados para a faixa de dois metros e também equipamentos para a faixa do cidadão.






Blaya
Quase desconhecido no restante do país, José Blaya Perez, PY3CD era um radioamador gaúcho da cidade de Cachoeira do Sul-RS, que fabricava transmissores de AM e receptores para as faixas de radioamador. Em sua homenagem, o repetidor da Associação de Radioamadores do Centro Oeste, de Cachoeira do Sul-RS (146.670 Mhz) recebeu o indicativo PY3CD.


Sr. José Blaya Perez - PY3CD, em operação.



Abaixo, uma breve biografia de José Blaya Perez, descrita por Leo Weber - PY3ST em sua página:


"Até o seu falecimento, em 20 de julho de 1987, José Blaya Perez desenvolveu uma impressionante obra no campo das montagens de transmissores e receptores valvulados. Natural de São Paulo, muito jovem veio residir no Rio Grande do Sul, em Santa Maria e, a seguir, em Cachoeira do Sul, onde estabeleceu-se com a mais conceituada padaria do município.
Prefixado PY3CD, fabricou centenas de equipamentos, ainda hoje muito comuns no Rio Grande do Sul. O primeiro transmissor, que contava com uma 6DQ6 na saída de RF e era modulado por duas EL34, foi feito a pedido de PY3CNE (Marcelo), que permanece de posse do mesmo. Seus transmissores ficaram famosos pela montagem compacta e de alto rendimento, sendo reconhecido por conseguir tirar a máxima potência de etapas de saída fabricadas com válvulas comuns na época, como por exemplo, (2 x 6DQ6), (2 x 807) ou (2 x 6KD6).

Teve como colaboradores incansáveis 3 outros radioamadores da região: PY3BWY – Renê (SK), PY3ES – Alexandre, hoje afastado do radioamadorismo, e PY3CNE – Marcelo. Certa feita, o PY1AFA - Gilberto, proprietário da conceituada revista Antenna - Eletrônica Popular, ofereceu espaço na sua publicação, mas Blaya respondeu que não recorria a esquemas, pois, segundo ele, estavam todos aqui, apontando para a sua cabeça.
Autodidata em eletrônica, dedicou-se ao radioamadorismo com paixão, inteligência e aguçado senso prático. Blaya era exímio na fabricação de transformadores, tanto de força como de modulação. Todas as bobinas, choques e transformadores eram de sua fabricação. PY3CNE – Marcelo relatou-me que presenciou um fato inusitado. Em Florianópolis, a base da Força Aérea Brasileira teve um radar avariado em função de um transformador que ninguém se animava a fazer. Como no final da década de 70 sua fama já se espalhara por todo o sul do país, o equipamento foi transportado de helicóptero até Cachoeira do Sul. Para assombro dos militares, Blaya conseguiu identificar os diferentes secundários e confeccioná-lo em curto espaço de tempo, o que lhe valeu um convite para ir trabalhar na Ilha de Santa Catarina, ao qual PY3CD respondeu com um breve “estou muito velho para isto” ! 
Em sua homenagem, a Rodada dos Soldadores, diariamente comandada por PY3BNG – Marne, em 3680 kHz no mais puro AM, das 6h30 às 8h, passou a denominar-se Rodada José Blaya Perez, e o repetidor da Associação de Radioamadores do Centro Oeste, de Cachoeira do Sul-RS (146.670 MHz) recebeu o indicativo PY3CD.



Sr. Roberto Gambino Bacelar - PY3BOQ


Bacelar

Roberto Gambino Bacelar, PY3BOQ, de Porto Alegre-RS fabricou em série o Curió, um transceptor de SSB mono banda para as faixas de radioamador, projeto de Albino de São João, PY1EP (SK) publicado na revista eletrônica Popular em 1971. Extremamente caprichoso, Bacelar construiu em torno de 10 transceptores entre 1976 e 1980, para as faixas de 20, 40 ou 80 metros.Bacelar também fabricou um transceptor de SSB QRP para 40 metros, com 10 watts de saída.



Sr. João Kollar de Marco - PY2WM  (1954 – 2014)

DM5
O DM5 é um projeto de João Kollar de Marco, PY2WM (ex-PY2FCE) (SK) de um transceptor QRP CW para a faixa de 40 metros com 5 Watts de saída e acessórios como RIT, medidor de ROE e filtro de áudio (ou seja, uma estação completa). Este projeto foi publicado na revista Antenna-Eletrônica Popular volume 100 nº 2, em 1984. Este transceptor foi uma evolução do projeto DM-1, também de autoria do De Marco, publicado na revista Eletrônica Popular de outubro de 1981. Os projetos eletrônicos e construção de protótipos foram desenvolvidos por De Marco, PY2FCE (agora PY2WM), a parte mecânica do DM5 foi idealizada por Lauro, PY2BOQ (SK). O DM5 foi produzido em série e também em kits, para a faixa de 40 metros e algumas unidades para a faixa de 15 metros. Como o projeto foi publicado, muitos foram montados artesanalmente, e devido a excepcional qualidade do projeto, o DM5 transformou-se num ícone do QRP no Brasil, podendo ser considerado um equipamento atual até nos dias de hoje, 23 anos após seu lançamento. Objeto de desejo de cedablistas e colecionadores, este equipamento é dificílimo de ser encontrado a venda, pois quem o tem não o vende. O projeto original pode ser visto na página:
SDRZero
O SDRZero foi o primeiro receptor SDR fabricado no Brasil. O SDRZero é um receptor de conversão direta usando um detector por amostragem em quadratura (Quadrauture Sampling Detector, QSD) para a banda de 40 metros. Em conjunto com um computador pessoal equipado com uma placa de som, e software livres, o circuito oferece excelente desempenho e flexibilidade para aplicações em Rádios Definido por Software.
Apresentado em julho de 2006 por João Kollar de Marco, PY2WM (SK) e Edson W.Pereira, PU1UJT/ N1VTN, foi oferecido em forma de kit, num mutirão realizado na lista de discussão SDR-BR. Com um projeto finamente elaborado, o SDRZero teve suas placas PCBs fabricadas com alta qualidade e o kit veio com todos os componentes, solda de boa qualidade e manual ricamente detalhado em CD-Rom. Embora tenha toda essa sofisticação, os 200 kits do mutirão foram vendidos a preço de custo, muito baixo por sinal (R$65,0, incluindo a postagem !), pois foi produzido sem objetivos de lucro, num esforço abnegado do De Marco e do Edson. Por ser um equipamento revolucionário e ter sido feto em grande número, não poderia deixar de ser incluído nessa relação. Mais informações sobre o SDRZero podem ser obtidas na página:
PY2HCD




O Signalscope é um amplificador linear de alta qualidade de 110 watts para VHF, produzido pelo Carlos Alberto Laingruber, PY2HCD, conceituado projetista de equipamentos de transmissão (veja o tópico Quantum). Projeto bem elaborado, este equipamento é muito bem construído. O Laimgruber também fabrica excelentes préamplificadores para microfones, o MicPro e o MICPro I.






PY2NDV
Nelson Oscar Liepert, PY2NDV de Limeira-SP é um dos radioamadores mais conhecidos em termo de AM 40 metros. Os transmissores de AM construídos pelo Nelson são considerados verdadeiras obras de arte.

Sr. Nelson Oscar Liepert, PY2NDV



Embora não tenha produzido transmissores de forma seriada, sempre montou equipamentos por encomenda, algo em torno de 30 unidades, todos eles valvulados. Um de seus projetos mais conhecidos, em companhia de Carlos Laimgruber, PY2HCD, é o Cadillac, que pode ser visto na página:
http://www.gbvudx.org/Cadillac.htm

NOTA DO BLOG: Não faço ideia do porquê do acesso ao link estar inacessível, mas para aqueles que gostariam de ouvir esta "máquina" em atividade, encontrei o link no YouTube. Para visualizar, clique AQUI.





Unda / Unitac
A Unda do Brasil era uma sediada em Campinas, fundada em 1948 pelos italianos Giorgio Tacchelli e Aldo Baroni, e iniciaram suas atividades fabricando bobinas para radios e monoblocos. A Unda do Brasil fabricou a partir de 1968 um monobloco para ser usado como conversor para as seis faixas de radioamador, o UNDA PY-6.

Na década de 1970 a Unda do Brasil alterou o nome para Unitac, onde seguiram conversores de 144 Mhz e f.i.s de banda estreita para a montagem de receptores de VHF FM. O esquema foi divulgado pela revista Eletrônica-Popular e foi um grande sucesso, pois era a época em que o VHF FM estava se popularizando no país. Ainda na década de 1970 Aldo Baroni se retirou da sociedade, pois grande estudioso, prestou concurso para ser professor no ITA- Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos. Ganhou o concurso em primeiro lugar. Ao tomar posse, para espanto do então diretor Major Piva, verificaram que Aldo sequer tinha o primário completo, pois era um verdadeiro autodidata. Foi efetivado mesmo assim e lecionou naquela instituição com brilhantismo.



LELIC SBL 220


Lelic
Fundada em 1962 por Sandyr Carlos Garcia Schuster, PY3AQF, Enio Mercio Pereira, PY3AWV, Harrison Testa, PY3ATD e Ely Luis Tavares, PY3BTJ e sediada em Porto Alegre-RS, a Lelic fabricava equipamentos radiocomunicação comercial de SSB. Também produziu um receptor multibanda para as faixas de radioamador, o Mercio 80-6, de 80 a 6 metros, com seleção de faixas por monobloco giratório, mas apenas seis unidades foram construídas. Fabricaram também bobinas de trap para antenas.







Indeletron
Sediada em São Paulo, produziu equipamentos para radiocomunicação comercial e alguns modelos de transmissores de AM mono banda e multibanda. Um desses transmissores é o modelo 250/2, com uma 813 modulada por duas 811.








Zamin
Estabelecida em Carlos Barbosa-RS, a Zamin fabrica amplificadores lineares, transverters e acessórios para radiocomunicação.
Racine
Racine Soares da Rosa, PY3CIA, de Porto Alegre-RS também construía transceptores de SSB para as faixas de radioamador. Seus equipamentos eram extremamente bem construídos, com acabamento de primeira qualidade.

Nocar
A Nocar, renomada rede de lojas de comercialização de componentes eletrônicos no Rio de Janeiro produziu, na década de 1950, o VFO1080, um VFO para as faixas de 10 a 80 metros e também um pequeno transmissor de CW para a faixa de 40 metros.



Texto Original - PY2ADN - Adnei  Brochi


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